A tendência do Credit as a Service no Brasil tem trazido à tona a importância do conhecimento sobre o risco de crédito. Diante das possibilidades de conceder crédito a parceiros e clientes, as empresas também precisam compreender tudo sobre a gestão de riscos de crédito para evitar problemas.
O assunto ganha ainda mais relevância frente ao aumento de operações de crédito possibilitadas às companhias dos mais variados portes. Logo, surgem muitas questões sobre esse tema.
Pensando nisso, preparamos esse conteúdo completo para explicar o que é risco de crédito, a importância de saber geri-lo e diversos outros tópicos fundamentais sobre o assunto. Acompanhe a leitura.
O que é risco de crédito?
Em resumo, é a possibilidade de um indivíduo, empresa ou instituição financeira não conseguir cumprir suas obrigações de pagamento de dívidas ou empréstimos. Ou seja, diz respeito à chance de o mutuário não honrar seus compromissos financeiros, resultando em perdas para o credor.
O risco de crédito é uma consideração importante tanto para quem cede o crédito quanto para o recebedor. Isso porque, ao realizar operações de crédito, é preciso fazer uma análise que considera diversos fatores, incluindo históricos de pagamento, capacidade financeira e outros critérios relevantes.
Os credores estão preocupados em não receber de volta o dinheiro emprestado a indivíduos ou empresas que possam não pagar suas dívidas. Os mutuários, por outro lado, também devem considerar o risco de crédito ao tomar empréstimos, pois um histórico de crédito ruim pode resultar em taxas de juros mais altas ou na recusa de crédito.
Por se tratar de um conceito tão importante para ambas as partes, também é indispensável ser considerado na criação da política de crédito de uma empresa. Assim, torna-se possível prever o que deve ser feito em caso de a organização sofrer com o risco de inadimplência, por exemplo.
Quais são os riscos de crédito? 6 tipos para mitigar
O risco de inadimplência é o mais conhecido no mercado de crédito, mas não é o único. Existem diferentes tipos de riscos de crédito que os credores enfrentam ao emprestar dinheiro ou conceder crédito. Abaixo, você confere os seis principais.
- Risco de inadimplência: quando o mutuário não cumpre suas obrigações de pagamento de acordo com os termos acordados. Isso pode ocorrer devido a dificuldades financeiras, falta de recursos, má gestão financeira ou outros motivos.
- Risco de insolvência: o recebedor não possui recursos suficientes para pagar suas dívidas e acaba entrando em falência ou insolvência. Isso pode resultar em perdas significativas para o credor.
- Risco de atraso no pagamento: o mutuário atrasa o pagamento de suas dívidas além do prazo acordado. Embora possamos fazer a quitação eventualmente, o atraso pode afetar o fluxo de caixa do credor e sua capacidade de cumprir com suas próprias obrigações.
- Risco de crédito concentrado: um credor ter uma grande exposição a um único ou a um grupo de recebedores relacionados. Se um mutuário inadimplente representar uma proporção significativa dos ativos do credor, pode resultar em perdas substanciais e impactar negativamente sua solidez financeira.
- Risco de deterioração econômica: durante períodos de recessão econômica ou instabilidade, o risco de crédito aumenta, pois os mutuários podem enfrentar dificuldades financeiras e ter maior probabilidade de inadimplência.
- Risco de mercado: diz respeito a flutuações nas condições econômicas, taxas de juros, preços dos ativos ou outros fatores externos que possam afetar a capacidade do recebedor de cumprir suas obrigações de pagamento.
Quer saber mais? Leia nosso conteúdo com 5 dicas para conceder crédito com mais segurança e descubra como proteger a sua empresa.
Qual é o maior risco de crédito para uma empresa?
O Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas do Brasil, criado pelo Serasa, mostra que quase 72 milhões de brasileiros estavam inadimplentes em abril de 2023. Por se tratar do tipo de risco mais comum, pode ser apontado como o maior, mas não se pode desconsiderar os outros tipos.
No caso de empresas que concedem crédito concentrado, por exemplo, é preciso muito cuidado. Um único empréstimo pode representar um alto nível de risco para a companhia.
Como é calculado o risco de crédito?
Para calcular o risco de crédito, os credores precisam analisar vários aspectos. Entre eles, o histórico de pagamento, além da capacidade financeira, finanças pessoais ou comerciais, a estabilidade do emprego e outras questões relevantes. Muitas dessas informações que envolvem movimentações financeiras também podem ser fornecidas pelos bancos de dados dos bureaus de crédito.
Com base nessas informações, a análise é determinante para apontar a probabilidade de o recebedor cumprir com suas obrigações de pagamento. Mas, como isso é feito?
8 formas de calcular o risco ao conceder crédito
As empresas utilizam várias técnicas e ferramentas para realizar a análise de risco de crédito. Entre elas, destacamos as principais como:
- análise de informações financeiras;
- verificação do histórico de crédito;
- análise de fluxo de caixa;
- análise de rácios financeiros;
- verificações de referências comerciais;
- análise do histórico de emprego;
- modelos estatísticos;
- avaliação de garantias.
Confira o detalhamento de cada uma dessas práticas abaixo.
Análise de informações financeiras
Envolve a análise detalhada das informações financeiras do mutuário, como demonstrações financeiras, declarações de renda, balanços patrimoniais e relatórios de fluxo de caixa. Essas informações fornecem uma visão da saúde financeira do responsável por receber o crédito e sua capacidade de cumprir com o pagamento.
Verificação do histórico de crédito
As empresas verificam o histórico de crédito do mutuário para obter dossiês de crédito de agências de classificação de crédito, como o Serasa. Esses relatórios fornecem informações sobre os registros de pagamento, empréstimos anteriores, inadimplências, atrasos de pagamento e vários outros aspectos.
Análise do fluxo de caixa
Funcional em casos de crédito cedido a outras organizações, a análise do fluxo de caixa é importante para avaliar a capacidade de pagamento das obrigações de crédito. Analisamos dados como registros de entradas e saídas em um determinado período para determinar se há fluxo de caixa suficiente para honrar com os pagamentos pré-definidos no empréstimo.
Análise de rácios financeiros
Calcula-se os rácios financeiros, como o índice de liquidez, o índice de endividamento e o índice de cobertura de juros, com base nas informações financeiras do recebedor. Ajudam a avaliar a saúde financeira do mutuário, sua capacidade de pagar dívidas e até de assumir novas obrigações de crédito no futuro.
Verificação de referências comerciais
É um modelo manual, mas ainda utilizado quando o assunto é a concessão de crédito. As empresas podem entrar em contato com outras empresas às quais a mutuária possui relacionamento comercial para verificar sua reputação de pagamento, por exemplo.
Análise do histórico de emprego
A estabilidade de emprego do recebedor pode afetar sua capacidade de cumprir as obrigações de crédito. Por isso, quem concede crédito pode verificar o histórico para determinar a solidez e consistência de renda da pessoa física que está solicitando o empréstimo.
Uso de modelos estatísticos
As empresas podem usar modelos estatísticos e algoritmos para prever o risco de crédito com base em dados de histórico e variáveis relevantes. Esses modelos analisam uma combinação de dados para calcular a probabilidade de inadimplência do mutuário.
Avaliação de garantias
Em alguns casos, a organização cedente pode exigir garantias para mitigar o risco de crédito. A avaliação das garantias, como imóveis ou ativos financeiros, pode ser feita para determinar sua adequação e valor em caso de inadimplência.
É importante destacar que as técnicas utilizadas podem variar de empresa para empresa e também dependem do tipo de crédito e do contexto específico. As instituições financeiras geralmente aplicam várias práticas em conjunto para obter uma visão abrangente do risco de crédito antes de tomar uma decisão de concessão de crédito.
Os aspectos fundamentais da gestão de riscos na concessão crédito
Dominar a gestão de riscos é crucial para empresas que já concedem crédito ou que queiram começar a fazê-lo. Isso porque, dentro das diretrizes de crédito, é indispensável que haja uma política de riscos bem fundamentada para guiar tudo o que envolve a concessão pela organização.
Os riscos devem ser previstos na política e considerados nas análises de crédito, e alguns aspectos são essenciais para avaliações mais certeiras. Confira os principais abaixo.
- Avaliação da capacidade de pagamento: determina se o mutuário tem a capacidade financeira de pagar suas dívidas. Deve-se examinar informações financeiras relevantes como fluxo de caixa, renda, despesas, ativos e passivos, para avaliar se o recebedor possui os recursos necessários para cumprir com os pagamentos.
- Decisão de empréstimo: com base na análise do risco de crédito, os credores podem decidir se concedem ou não o empréstimo. Se o risco for considerado alto, por exemplo, é possível haver recusa do empréstimo ou condições mais rigorosas, como taxas de juros mais altas ou exigências de garantias adicionais.
- Determinação dos termos e condições: os credores podem ajustar a taxa de juros, o prazo de reembolso e outras cláusulas contratuais com base no risco percebido. Recebedores com baixo risco de crédito geralmente obtêm condições mais vantajosas.
- Estabelecimento de limites de crédito: em análises de crédito relacionadas a linhas de crédito renováveis, os credores determinam limites de crédito com base no risco de crédito do mutuário. Os limites representam a quantia máxima a ser cedida, levando em consideração a capacidade de pagamento e o risco de inadimplência.
- Monitoramento contínuo: é importante entender que o risco de crédito não é estático, e os credores devem acompanhar regularmente a situação financeira do mutuário para avaliar se o risco de crédito continua aceitável. Mudanças nas circunstâncias financeiras, por exemplo, podem afetar seu risco de crédito ao longo do tempo. Assim, o credor precisa considerar esse fator para tomar as medidas apropriadas.
A importância de um parceiro qualificado para a gestão de riscos na concessão de crédito
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